Baton Fink e os delírios de uma “mente comum”
Como o filme “Baton Fink: delírios de hollywood” (1991) roteirizado e dirigido pelos irmãos Coen, desacortina os sonhos de um jovem artista prepotente e o funde ao inferno cotidiano do homem comum.
Situado em 1941, em “Baton Fink” acompanhamos o protagonista que dá título ao filme, interpretado por John Torturro, ser convidado a escrever um roteiro de um filme B para Hollywood, após uma de suas peças na broadaway ser considerado um sucesso de público e crítica.
Mesmo a contra gosto, Fink acaba aceitando o convite, possivelmente tentado diante da proposta de um pagamento de 1 a 2 mil dólares semanais, e também, sob a promessa de conhecer de perto o show business e seus luxos.
A pedido de Fink, o estúdio que está produzindo o filme, lhe hospeda em um hotel “mais reservado” dado o método de trabalho do dramatugo/recém roteirista, que exige reclusão e isolamento, segundo ele. Entretanto, o lugar se revela uma pocilga, que mais parece o cenário de um filme de horror como o Hotel Overlook de “O iluminado” ou o infame hotel Cecil localizado em Los Angeles, famoso por ter servido como palco para uma série de crimes históricos.
Um camareiro solitário (Steve Buscemi) e um ascensorista aparentemente octogenário e melancólico o recepcionam Fink no hotel de corredores estreitos e longos, sendo os dois supracitados, dois dos três habitantes do hotel que vemos em cena, sendo reservado ao resto, apenas os sapatos deixados na porta dos quartos pela manhã, para serem engraxados.